segunda-feira, 21 de julho de 2003



No passado sábado desloquei-me ao festival de Vilar de Mouros com o objectivo de assistir ao primeiro concerto em Portugal do meu songwriter favorito, Rufus Wainwright. Não tenho espírito festivaleiro mas a possibilidade de poder ver o talento de Rufus, ao vivo, foi mais forte. Continuo incrédulo com o que se passou, correu tudo mal. Falhou o Rufus, porque se apresentou num festival de Verão sem a sua banda, apenas acompanhado por um piano e uma guitarra acústica. Não sei se desconhecia o formato do festival, o que é certo é que num concerto ao ar livre muito dificilmente conseguiria, sozinho, levar o barco a bom porto. Falhou a organização pelo terrível erro que cometeu no alinhamento da noite de sábado, revelaram uma tremenda falta de sensibilidade. Rufus actuou a seguir aos Blasted Mechanism, que como sempre tiveram uma prestação visualmente atraente e energética, muito do agrado do público adolescente que, maioritariamente, preenchia a assistência. O songwiter canadiano recebeu uma multidão em êxtase nada receptiva aos ambientes intimistas e introspectivos da sua música. O choque foi inevitável, ao segundo tema Rufus já recebi reacções negativas por parte do público. Cheguei a temer o pior. Felizmente, a maioria dos festivaleiros que estavam a ensombrar prestação de Rufus acabaram por desmobilizar mas o concerto ficou ferido de morte.
O grande beneficiado da noite acabou por ser David Fonseca, recebeu uma plateia filtrada o que permitiu uma actuação segura. Conseguiu despertar a minha atenção para o seu álbum a solo, "Sing Me Something New". Fiquei com a sensação que vale mais sozinho do que os Silence4.
Quanto a Rufus Wainwright ficou a dever, a quem se deslocou propositadamente para o ver, um novo concerto, à altura do seu génio, de preferência numa sala pequena.

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