quinta-feira, 3 de julho de 2003



Enquanto escrevo estou a recordar treasure dos Cocteau Twins. Provavelmente este terá sido o álbum que mais contribuiu para a forma como ainda hoje disfruto a música. Durante anos aprendi a gostar dele. Estabeleci com ele uma relação de comensalismo, desde o fim da adolescência, que ainda hoje me permite viajar a sítios que já não existem. Nesta altura a 4AD era uma praia bonita que permitia relaxar perante o imenso oceano musical.
Treasure e victorialand são registos que me vem à memória sempre que me deparo com aqueles exercícios arriscados que nos propõem a tarefa de sugerir álbuns que marcaram determinado período de tempo.
Tal como em outros trabalhos, Elizabeth Fraser serve-se de uma linguagem imaginária, somente descodificável através da emoção e do instinto musical. Uma particularidade que me assalta sempre que o escuto é a projecção mental da capa na escuridão completa. Aí sinto o pleno conforto de Ivo, Lorelei, Beatrix, Persephone, Pandora (for Cindy), Amelia, Aloysius, Cicely, Otterley e Donimo.

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