terça-feira, 29 de abril de 2003


Quando o público chega e entra, A. Durães está a tratar cuidadosamente de uma planta que está «em cena», dentro de um normalíssimo vaso. Rega-a, fala-lhe, afaga a terra que lhe cobre a raiz. A seguir dá de comer a um pássaro que está dentro de uma gaiola. Fala-lhe igualmente. De seguida prepara uma pequena mesa para uma espécie de refeição: estende uma toalha, põe o(s) prato(s), talheres, guardanapo(s), copo(s), etc. Acende uma lâmpada que está suspensa por cima da mesa, ajusta-lhe a intensidade, preparando um ambiente. (...) «Boa noite. O recital vai começar. Por favor desliguem telemóveis e relógios com sinal sonoro. Durante o recital não é permitido registar imagens ou sons (...)»
...ou sons...
sons...
e os sons desflorescem, distendem-se, iluminam-se
os sons são farinha, têm asas, irrompem e rompem os lugares mais estranhos
e, no final, os sons
são silêncio
...

a luz irrompe em lugares estranhos; o sindicato em coro
com A. Durães, Coro Académico da Universidade do Minho e F.C.Lapa,
um piano e...
vozes
museu D. Diogo de Sousa, de 27 de abril ao primeiro de maio

Sem comentários: