segunda-feira, 29 de julho de 2002

A propósito de Craig Armstrong e do seu recente as if to nothing li um artigo escrito Hugo Ferreira na versão online do Jornal Universitário de Coimbra, cujo título me chamou imediatamente atenção indo de encontro à opinião com que fiquei após as inúmeras vezes que me deliciei a ouvir este excelente álbum.

Quando o céu e a Terra mudam de lugar

Desde cedo se notabilizou pela forma como construía ambientes sinfónicos a partir do poder de um grande arranjo de cordas e da manipulação das toadas mais suaves e agradáveis das novas tendências da música de dança.
O escocês que se começou por notabilizar a escrever temas para bandas sonoras antes de ser descoberto pelos Massive Attack e por Madonna, colaborou com os Suede, Tina Turner e Spice Girls, acaba por assinar um contrato com a Melancolik, editora que é propriedade do trio maravilha de Bristol.
Lá polivalente é, ora enquanto músico ora como produtor.
Depois de ter surpreendido o universo musical com a sua estreia em longa duração “The Space Between Us”, pelo meio ficam as bandas sonoras de “Plunkett & Macleane”, “Romeo & Juliet” e “Moulin Rouge”, entre outros.
Este “As If To Nothing” resulta de colaborações com grandes nomes como Bono, dos U2 ( numa reinvenção deslumbrante do épico “Stay (Farway, so close)”), Evan Dando, carismático líder dos Lemonheads, na excelante composição “Wake Up In New York”, Mogway, Photek, King Crimson e David McAlmont.
Apesar dos nomes sonantes que são, à partida, um valor acrescentado e uma segurança na qualidade do produto final, podemos encontrar ao longo dos quinze temas que integram este novo trabalho, pedaços de um paraíso perdido em “Ruthless”, “Miracle” ou “Niente” .
O que fica para a história é mais um disco deslumbrante para se ouvir recostado no sofá ou na cama, para períodos de introspecção ... ou talvez nem tanto.


Sem comentários: