sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

!!!The Gift - AM/FM (FNAC St.ª Catarina)!!!

No dia 29 de Novembro de 2004, saía o novo álbum de uma das nossas bandas
preferidas, The Gift. Por volta das 16h30, eu e o Joao, sem nada que fazer
na faculdade, resolvemos dar uma volta e, porque não, passar pela loja da
FNAC, na Rua de Sta.Catarina, no Porto, para escutar os novos sons da banda de Alcobaça e mais uma vez perdermo-nos no emaranhado de produtos culturais
que aparentemente elevam o nível daquela rede de lojas.
Dirigimo-nos ao balcao, onde pedimos a um funcionário para ouvir o disco que
ele introduziu no leitor. Ouvimos e a certa altura tivemos que sair por
razões de tempo. Deixámos a caixa pousada no balcao e, obviamente, o cd no
leitor. Foi nesse momento que se dirigiram a nós dois amáveis funcionários
da empresa de segurança que a FNAC contratou para nos proteger dos larápios e proteger os sagrados bens culturais das maos hábeis dos gatunos; a
S.O.V.
O alarme soara, portanto fomos gentilmente conduzidos, por entre os consumidores de cultura, até um local longe dos olhares dos transeuntes.
Estávamos num espaço pequeno: eu,o Joao, o Senhor Segurança Pedro Coelho e o; por este último intitulado; Chefe de Segurança da FNAC.

-Dá cá os cd's! - ordenou o Chefe da Segurança.

-Eu nao tenho nenhum cd? - respondi, sem perceber bem o que se passava.
-Tira a roupa! - ordenou mais uma vez o Chefe da Segurança, num tom agressivo.

O Senhor Segurança Pedro Coelho observava.

-Só o faço na presença de um agente da autoridade. - respondi.

De imediato as faces dos dois seguranças se encheram de raiva. O Líder disse:

-AI QUERES A POLÍCIA, É?
-Quero! - respondi, despindo o blusao que tinha vestido e atirando-o para o chao que, num lugar tao pequeno, acabou obviamente por atingir ligeiramente o Chefe da Segurança. E pronto. O meu acto foi considerado uma agressao e de imediato senti os socos do Senhor Pedro Coelho no meu rosto. Ao mesmo tempo, o meu amigo Joao perguntava como era possível aquilo estar a acontecer. Fui atirado para um elevador de cargas pelo Senhor Pedro Coelho que me apertou o pescoço, empurrando-me contra a parede e prosseguindo a tarefa de me socar a cara. Eu continuei a dizer:
-Eu nao roubei cd nenhum!

-Isso agora nao interessa nada, se roubaste ou nao! Tu agrediste o meu chefe e vais pagar por isso! - foi a resposta do Senhor Pedro Coelho.

Fui levado para o quarto andar do edifício, para uma sala frequentada por
seguranças e funcionários da FNAC, com uma entrada para um armazém. Ao passar por um dos funcionários, empurrado pelo Senhor Pedro Coelho, pedi:

-Chame a Polícia, por favor. Foi-me respondido:

-Eu é que te f!dia, se pudesse! O Senhor Pedro Coelho, segurança contratado pela FNAC - empresa oportunamente chamada S.O.V. sentou-me num sofá e prosseguiu com os socos. Olhou-me nos olhos e disse:

-Fixa bem a minha cara, eu até posso perder o emprego mas hei-de te apanhar
no Porto e matar-te! E deu-me mais alguns socos.
Entretanto trouxeram o meu amigo Joao que também havia sido agredido na cara pelo Chefe da Segurança, quando tentara chamar a atençao de duas funcionárias da FNAC para a situaçao, fora completamente ignorado e tentara entao abrir a porta(passível de ser aberta apenas de forma electrónica) para chamar a atençao dos clientes que passavam na parte comercial. Sem sucesso.
O meu amigo chamou entao a Polícia através do 112. A Polícia já tinha sido chamada pelos seguranças para nos acusar de furto. Ficámos a espera, rigorosamente vigiados. Durante o tempo todo em que fui agredido, passaram pelo local funcionários da FNAC, alguns riram-se, outros ignoraram, alguns
>espreitavam do armazém em busca de diversao. A Polícia chegou e foi convidada pelo Chefe da Segurança, de mao no ombro do agente da autoridade, a entrar no gabinete só depois fomos chamados.
Devidamente revistados, nao encontraram absolutamente indício nenhum de furto.

-A acusaçao de furto está completamente posta de parte. disse um dos polícias.
Prosseguiu:
-Podemos deixar as coisas como estao, ou...
-Nao, nao, eu quero apresentar queixa. - respondi de pronto.
E pronto. Depois, demos o nosso depoimento aos agentes da PSP que nao anotaram quase nada e que nos aconselharam a apresentar queixa apenas tres dias depois, ou seja, quando as marcas da agressao estivessem já muito menos visíveis. Nao seguimos o conselho, fomos ao hospital e a outra esquadra onde apresentámos queixa. No dia seguinte, em resposta à RTP, a FNAC negou que se tivesse passado algum destes factos. Nao falou em averiguaçoes, nem inquéritos internos, nao me ouviu nem ao meu amigo.

Ouviu os seguranças e concluiu: não houve nada.

Tenho hematomas na cabeça, na face, marcas de unhas no pescoço, o lábio ferido, dói-me as costas e o maxilar.
Nunca durante o tempo todo respondemos a alguma das agressoes. As agressoes passaram-se no dia 28 de Novembro de 2004, data de lançamento do «AM FM», por volta das 17h15. Obviamente que o álbum dos Gift entra na história por pura coincidencia. Porque dois jovens apreciadores de música, ansiosos por ouvirem o novo álbum de uma das suas bandas preferidas, acabaram por ser violentamente agredidos por um crime que; de forma comprovada pela Polícia; nao cometeram. Acho que é bom que se conheçam estes casos. Na esquadra, os polícias admitiram que nao é a primeira nem a segunda vez que um caso semelhante acontece naquela loja da FNAC.

Peço a vossa compreensao e apoio, acima de tudo para aqueles que foram obrigados a ficar calados por nao terem os meios ao seu alcance. Acima de tudo, em nome de todos aqueles que possam vir a passar pelo mesmo.

Obrigado.

Marco André Gomes Lopes
Tlmv: 966186754

Tiago Alves

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