Festival Sons em Trânsito
Retrato da actuação de Kimmo Pohjonen no Público de hoje:
"Há apenas um foco por cima da cadeira em que o acordeonista Kimmo Pohjonen se senta (rodeado por uma gigantesca artilharia de pedais com que manipula o som do acordeão), dando início a uma incessante caçada ao sublime: começa em pequenas deambulações melódicas, repetindo frases, alterando-lhes a cor. (...) Pohjonen escava o acordeão à cata da raiz da destruição e descamba na mais frágil das belezas. (...) Esta é uma música sempre à beira do dilúvio, possuída por uma força negra, uma câmara digital que amplia o horror primordial da folk. Um maremoto digitalizado. O público rende-se, dá-lhe a maior ovação do festival (lado a lado com os Ojos de Brujo), exige um "encore" e depois outro. E Kimmo oferece-lhes "Avanto", o único tema de "Kluster" que parece humano: é a descida às coisas cá de baixo, a apoteótica tranquilidade de uma beleza de cinzas, a devoção à simplicidade de uma melodia. Para casos como os de Pohjonen inventou-se uma palavra: génio. Na categoria "absoluto".
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