terça-feira, 24 de abril de 2007



Excertos da entrevista de Trent Reznor (Nine Inch Nails) à revista Pública de 15 de Abril

"...O comércio dita a lei. Perdeu-se completamente a noção da diferença entre o que é bom e o que vende..."

"É na Internet que se aprende sobre música..."

"É na Internet que está tudo... Procura-se e descobre-se coisas. Todos trocam impressões e trocam canções. No meu mundo, é assim que as pessoas ouvem música. E eu sou um homem de 41 anos. Posso imaginar que se estivesse agora na universidade provavelmente nunca teria comprado um disco na minha vida."

"Se eu fosse dono de uma editora, o que faria era pôr as coisas na "net", mal são feitas. É ridículo: acabei de fazer um disco e agora resta-me ter esperança que ninguém consiga uma cópia e a ponha na Internet. E depois ter esperança de que, se isso acontecer, seja com uma boa cópia, e não uma merdosa gravada num telemóvel..."

10 comentários:

M.A. disse...

E a música criada por Reznor nos dias que correm não é, definitavamente, boa... mas mesmo assim... vende!

antónio disse...

era bom que a ASAE tb entrasse a este nível...

na internet tb há mto lixo e comunidades onde se divulga/vende/comercializa mta banha-da-cobra...

e depois alguns dos que produzem e vendem lixo, protestam contra gajos como o T.Reznor...

Anónimo disse...

e via Cotonete, mais uma opinião:

(início cit.)
"Para o músico, na origem da crise da indústria fonográfica está, em parte, o tipo de música na qual se aposta: «Nós vemos que os grande lucros da indústria são lucros com a pop para adolescentes, pop pastilha elástica, mainstream. Estas são músicas com um prazo de validade muito curto: ou são vendidas no imediato ou na estação seguinte já passou, já ninguém compra. E o problema do free download é esse. O consumo imediato, que é aquele que traz a rentabilização, é feito de uma maneira gratuita, e aquilo que podia funcionar como promoção não funciona nada como promoção: funciona como esgotamento do próprio produto, e a coisa deixa de funcionar em termos financeiros, de rentabilização».

«Não é uma questão de qualidade, nem de redistribuição de direitos de autor. É a própria indústria, a estrutura que vem do passado», argumenta Adolfo Luxúria Canibal. «Estamos numa encruzilhada e a indústria tem de mudar se quer sobreviver. A Internet tem de ser vista como uma forma de promoção como era a rádio, [pois] vai substituir a rádio como forma de promoção, como grande aliado da indústria discográfica. A indústria tem de entender isso e encontrar outras formas de investir. Tem de deixar de investir na música para adolescentes para passar a investir numa música que tenha um prazo de validade mais longo, porque é essa música que vai ser interessante e vai trazer o feedback financeiro de que a indústria precisa para viver».

Para Adolfo Luxúria Canibal, a Internet deve servir como uma grande biblioteca áudio, permitindo a consulta aos interessados: «Uma pessoa de Braga não tem de se deslocar a Lisboa para consultar uma Fonoteca; vai à Internet e consulta e faz os downloads que bem entender. E se houver coisas que lhe interessem, que lhe apeteça ter... há todo um fetiche ligado à mercadoria que o download não preenche. A obra, a partir do momento em que está no mercado, é uma mercadoria, e a grande força da mercadoria é o fetiche».

«Isto vem nos livros, desde Marx: o grande poder de persuasão da mercadoria, em termos de venda, é a sua fetichisação, e a fetichisação da mercadoria passa pelo envelope, pelas notas, pelo cuidado da obra, pela apresentação. Não há download de algo imaterial como um mp3 que substitua este lado fetichista da mercadoria, de ter o objecto», argumenta o músico português, concluindo: «No tempo das rádios FM, que passavam álbuns inteiros, tenho uma quantidade enorme de casssetes gravadas nessa altura e nunca ninguém me acusou de ser pirata. O fetiche da mercadoria ultrapassa o conteúdo -­ quando o conteúdo interessa».
(fim cit.)

flip disse...

m.a. nao é boa só se for para ti.

M.A. disse...

Caro flip:
Desde finais dos anos 80 até quase finais dos anos 90 que segui com grande entusiasmo a carreira dos NIN (uma das minhas bandas preferidas desse período). No entento, consigo mesmo assim ter o distanciamento suficiente para achar que o "The Fragile" daria um bom disco simples e os dois seguintes não têm nada de especial. E garanto-te que há muitos outros que pensam desta forma.
A baixa de forma e de relevância acontece a todos... até ao Trent Reznor!

Abraço

flip disse...

Ele tem feito coisas diferentes e que sao audiveis. Muitos nao o conseguem fazer. Falham no passo de querer evoluir, e eu acho que trent reznor nao falhou. a música dele continua a deslumbrar na minha opinião.

Anónimo disse...

Não foi daí que veio um brado retumbante? "Navegar é preciso, viver, não é preciso"? Pois então? Foi navegando que vim ancorar neste blog. Ontem buscava informações em portugues sobre a General Elektriks. "Funk, Funk, Funk" (lembra?)

Observei as recomendações musicais feitas naquele espaço(época/2004) e ali estavam, Zita Swoon (soberba!), Bark Psychosis (magnífico!) Kimmo Pohjonem (surpreendente!), Wonven Hand (!!!)... Precisa dizer mais? Precisa! Jamais, numa tacada só, em 5 anos de prospecção musical via Rede, descobri, descortinando como quem chora um Ás, tantas bandas/projetos geniais numa única pes(clik)quisa!

Hoje vim ver quais as novas atuais(redundância pouca é bobagem) e me deparo com o texto anônimo sobre a industria e consumo e mercado e e e... O fato é que concordo com a dupla "Anônimo & Adolfo Luxúria Canibal", em genero, numero e grau!
Aqui falando (e falando mais do que era previsto):
sergio millan do Rio de Janeiro, amarradão (ou melhor) super feliz de ter encontrado este espaço.
Abraços a todos!

antónio disse...

abraço sérgio!

volta sempre.

Anónimo disse...

Gente (antônio), o que é o The Young Gods!!!!!!!!!!!!!!!!???

O que vcs, fãs há 20 anos, dessa banda, simplesmente, avassaladora, é que no Rio de Janeiro, reside, segundo uma pesquisa (não sei de que jornal, mas coisa importante, visto que foi publicada n'O Globo, o maior jornal do País), a Modern Sound. A, 2º a tal pesquisa, 7ª melhor loja de CD/DVDs do mundo! Aliás, se 7ª eu não sei, mas que lá eles cobram um preço de 1ªríssima, disso tenho certeza! Enfim, sempre que encontro coisas muito fantásticas na Rede, faço uma pesquisinha básica no site da MS e, simplesmente, todas as bandas que conheci por aqui, TYG, inclusive, não existem para a 7ª melhor loja de CD/DVDs do mundo. Portanto, amigo antónio, é ca-la-ro que voltarei sempre! Tamos aí, inclusive.

Anónimo disse...

Perdão, engoli algumas palavras, quis dizer: "O que vcs, fãs há 20 anos, dessa banda, simplesmente, avassaladora, NÃO SABEM, é que no Rio de Janeiro...

No momento estava com os fones atochados nos ouvidos, basbaque, com uma faixa do álbum "A Futuristic Family Film" do Vista Le Vie, na faixa 10, "Crime In Stereo" (Feat Black Sifichi). Esta banda baixei por tabela. Ela me veio (via soulseek) junto com a General Elektriks, numa música "First Class", na qual os dois grupos fazem parceria. E vos digo, se não conhecem, é altamente recomendável.
Valeu!