
Apesar do mau tempo o
festival de Paredes de Coura 2006 deixou alguns momentos dignos de destaque especial num futuro museu dedicado à já considerável tradição musical que identifica esta pacata vila do Alto Minho.
O final deste ano foi épico com os
Bauhaus a interpretarem
transmission (Joy Division) para, de seguida, finalizarem apoteoticamente com 15 minutos de
bela lugosi's dead. No mesmo dia, a anteceder a lendária banda de Peter Murphy, Daniel Ash (como seria também espectacular que Daniel trouxesse um dia a Paredes de Coura os seus Love & Rockets) e companhia, já os
Cramps tinha feito jus à sua longa história com o seu peculiar estilo onde o
erotic-punk-rock das suas composições vibrava a malta com fetiches e olhares ao
good lord.
No dia anterior os
Bloc Party deram uma amostra do que são capazes, prometendo o regresso para o ano. Os
Yeah Yeah Yeahs repetiram a dose encantadora da anterior visita a Paredes de Coura (é obrigatório que eles venham - esperemos que o terceiro álbum mostre qualidades novas e não atenue as já demonstradas - fechar um dos dias do festival). Ainda no penúltimo dia a actuação enérgica e delirante dos
Gang of Four que com uma ironia corrosiva transformaram um micro-ondas num objecto musical para de forma expressiva nos darem excelente música e medirem a temperatura à sociedade em que vivemos. Fantástico!
Do antepenúltimo dia ou dia do
Morrissey, para muitos dos que lá estavam, ainda me está e estará na memória visual e auditiva a soberba actuação dos
Fisherspooner. Foi um final de dia onde os Scissors Sisters e os Chemical Brothers pareciam que se tinham juntado para dar o melhor concerto das suas vidas!