Donna Regina - slow killer (2005)

Regina e Günther Janssen acabam de acrescentar slow killer à sua considerável lista de registos. Este duo de Colónia cultiva um urbanismo, as viagens são o ponto de partida e chegada para construir referências, que se reflecte no brilho e alegria da sua música electro-pop.
A voz de Regina Janssen concentra uma doçura invulgar, talvez fruto do seu sotaque alemão estar nitidamente impregnado de outros ambientes linguísticos, nomeadamente o francês, que dá leveza e equilíbrio à imensa melodia que cada canção transporta.

Dawn Smithson - safer here (2005)

O regresso de Dawn Smithson (voz e baixo dos extintos Jessamine) a solo mostra o lado escondido de muitos adolescentes que não chegaram a tempo do american dream proposto por uncle Sam. Tal como na música de Cat Power também aqui as canções são belas e terrivelmente nostálgicas. A inspiração interior é o mote intimista que faz alinhar canções pop-folk por uma matriz onde a vida é muito interior e pouco social... o apelo ao isolamento e reflexão são notórios.
Mais uma vez a música a reflectir a imagem da sociedade numa tendência diametralmente oposta ao folk americano de tempos em que os sonhos tinham outro conteúdo!

+. http://www.boardsofcanada.com/

... Um espectáculo de Faiz Ali Faiz é uma experiência única, um momento de enorme vibração, que nos pode transportar para instantes épicos dignos de uma sinfonia de Beethoven, ou para outros de adrenalina tal que nos fazem lembrar um concerto de rock.>>

Foi uma sensação como esta que fez vibrar, ontem à noite, o público presente no auditório principal da Casa das Artes de Famalicão.
A magia sonora de Nusrat Fateh Ali Khan, em Natural Born Killers de Oliver Stone, pairava no ar!...

Xavier Jamaux - Tokyo eyes soundtrack (1998)

Deslizes aleatórios downtempo com ritmos tecnho... muita beleza escondida em Tokyo Eyes...

Young Gods - music for artificial clouds (2004)

O céu em formato musical... ou... como reencarnar pela música?!
+ info em XX Years 1985 - 2005

O concerto de ontem à noite voltou a mostrar a dimensão dramática e épica que caracteriza o mundo Sigur Rós. A encenação multimédia é o complemento que reforça esta essência dos músicos islandeses. Na música nota-se outra maturidade... as partes começam a emergir no todo! O baixo esteve irreprensível... há muito que não ouvia solos de baixo, em concerto, tão mágicos.
Não será de admirar se em breve a concentração de criatividade passar a germinar em projectos de cariz individual. Seria interessante e a música provavelmente ganharia com isso.
Finalmente, uma palavra de especial admiração pelas meninas Amina que abriram a noite com deliciosos instrumentais... só faltou a descida do Pai Natal com as suas renas!

Karamelo Santo - haciendo bulla (2004)

Parceiros de digressão de Manu Chao, estes argentinos também transportam alegria e mensagens vincadas nas suas canções...
uma amostra em mp3

Dela Dap - cigani ruzsa & angelo (2004)

Ritmos da música brasileira misturados com o exotismo de uma voz romani...
Novos sons da world music que é obrigatório conhecer!

Explosions in the sky - the rescue (2005)

Oito canções em oito dias é a proposta sublime contida no muito aguardado novo álbum/EP da banda de Austin, Texas.
O talento técnico deste quarteto vislumbra-se na atmosfera épica que exala de cada música, onde tudo parece dramático e belo!
Essencial para apreciadores de GYBE!, Mogwai, Sigur Rós,...

Metric - live it out (2005)

Live it out, segundo álbum dos canadianos Metric, é mais um daqueles álbuns que vem confirmar a inesgotabilidade da fórmula tradicional da música pop/rock.
Neste caso a magia é sobretudo rock&roll, estando concentrado na voz de Emily Haines o equilíbrio que dá vitalidade ao baixo possante, à guitarra sem complexidade nos acordes e à bateria que tudo acompanha.
Glass ceiling e too litle too late não me tem abandonado estes dias... é a voz de Emily!

4 Hero - two pages (1998)

Este álbum duplo são duas páginas que vivem uma para a outra, mas que resultam de essências diferentes.
Na page one a voz de Ursula Rucker dá o mote clássico para uma sequência jazz que impele para uma dança tranquila em alternância com momentos onde emerge uma atmosfera intimista que esconde uma névoa jungle alimentada por uma dose cuidada de drum'n'bass.
Quanto a page two o cenário é mais caótico! São ritmos urbanos experimentais que procuram distrair-nos da melodia convencional. A ideia é ir à procura dos sons... permitir que nos perturbem, que agitem a melodia que acomoda os nossos neurónios.
Após boa audição resulta uma simbiose onde o jazz e a electrónica mostram a magia que ocorre quando a fusão é feita por quem sabe (Dego e Mark Mac são a criatividade 4 Hero)... a atmosfera tranforma-se num labirinto jungle onde all you need is love!

Why? - elephant eyelash (2005)

Why? (banda para onde converge o talento e criatividade de Yoni Wolf) apresentam um álbum com uma riqueza instrumental eclética e com um sabor a polifonia indie. Existe uma combinação perfeita de sensibilidades pop com elementos hip-hop e folk. Transversal a todo o registo está um estilo happy rock com elementos psicadélicos que o tornam um primo feliz de crooked rain (Pavement).
Elephant eyelash é um disco tão agradável e natural que nos faz parecer crianças a brincar no meio dos arranjos dos Violent Femmes, Pavement ou Quickspace.

Iva Bittova - Bang on a Can - elida (2005)

Iva Bittova é uma violinista e cantora reputada da República Checa que incorpora na sua raiz cigana uma postura avant-garde que lhe tem valido sucesso internacional, sobretudo nos Estados-Unidos.
Em elida é acompanhada pelo grupo jazz novaiorquino Bang on a Can, também eles músicos empenhados na descoberta de novas sonoridades pouco mainstream.
Esta humilde cantora, como ela gosta de se considerar, adora cantar ao som de pássaros e de outros sons que a vida pacata no campo permite escutar. Talvez, por essa atitude de busca musical e, também, pelo timbre forte da sua voz há quem a chame a Bjork da world music.

aGeNDa_eLeCTRoNiCa

um blog essencial para quem gosta de música electrónica.

Freiband/Boca Raton - replay/crop. (série product) (2005)

Música opressiva, aleatória, acidental, digital, microsónica, sem referenciais conhecidos no mundo dos sons musicais ou naturais, que poderia servir como remake sonoro dos últimos vinte minutos do filme 2001, Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick).
Este disco ou projecto saiu da colaboração de Freiband (Frans de Waard) com Boca Raton (Martijn Tellinga), dois projectos holandeses que integram a editora experimentalista portuguesa (união de vários projectos da cidade do Porto) Crónica Electrónica.

Depeche Mode - playing the angel (2005)

Playing the angel parece um encontro com o passado e, simultaneamente, um novo alento para o futuro da banda. Fica a sensação que estamos a percorrer o melhor do imenso legado instrumental de Andy Fletcher, Martin Gore e David Gahan. Talvez tenha havido um novo convergir de talentos e ficado para segundo plano o virtuosismo das carreiras individuais.
O techno pop industrial de há muitos anos voltou ao seu melhor; Dave Gahan que compôs três canções mostra a sua voz ímpar em i want it all... a electrónica minimalista que incendeia a voz de Dave...